Georges Minois

Depois da "História do Ateísmo" este pequeno livro vem comprovar que Georges Minois é um autor interessante e fácil de ler.
As origens do diabo na Babilónia e na Pérsia, a influência que estas civilizações tiveram na escrita do Antigo Testamento, a ligação do desejo sexual ao mal, logo ao diabo, tudo isto é desenvolvido no interesse logo no primeiro capítulo.
Segue-se o período do sermão terrorista, da caça às bruxas, passa-se por situações, com boa argumentação racional, de inversão da natureza do diabo, para se chegar a duas situações distintas: por u lado o "ilusório desaparecimento do diabo" - o que está muito mais de acordo com a sua natureza, do que a sua presença universal na Idade Média - e, por outro, ao culto satânico, promovendo Satanás ao lugar de verdadeiro patrono da liberdade e da revolta contra a tirania.… (mere)

Esta foi a segunda obra de Georges Minois que li. Este autor escreve bem, sabe manter o interesse do leitor e organiza muito bem a escrita, o que é invulgar em autores latinos. Apesar de tudo, “Histoire de l’átheisme” merece a minha preferência entre as obras de Minois.
Esta obra põe a tónica no inferno cristão e no católico em particular, mas elabora uma interessante resenha histórica começando na Suméria. Compreende-se a evolução do inferno desde as suas origens até ao actual desaparecimento. Neste aspecto, a conclusão é muito elucidativa ao resumir os principais traços do inferno nas diferentes culturas.
Relativamente ao debate moderno de existência ou não de inferno, os argumentos de ambas as partes são expostos com igual rigor e ênfase, cabendo ao leitor tirar as conclusões.… (mere)